O óleo, os filhos de Israel e o resto…

Cesar Mangolin de Barros

O mundo assitiu nessa semana uma demonstração da barbárie sionista. Repudiada por diversas nações do mundo, a ação do exército israelense apenas expressa como o Estado que representa um povo perseguido e violentado por ideologias racistas na II Guerra Mundial pode adotar as mesmas premissas ideológicas e, até em nome da violência sofrida, justificar ações do mesmo tipo.

Muito já se escreveu sobre a proximidade do sionismo com o nazismo: um povo superior (porque escolhido por deus), expansionista, militarista e que trata as pessoas nascidas naquela terra como estrangeiros e inferiores, fazendo a alusão de que a caracterização de um povo se deve ao sangue que corre em suas veias e não necessariamento o local de seu nascimento.

“Embutido” na região, o Estado de Israel iniciou rapidamente seu expansionismo territorial e a repressão aos povos que por ali viviam, chegando, no que se refere aos palestinos cercados na faixa de Gaza, ao limite de procurar impor-lhes um bloqueio com a expressa finalidade de extermínio.

Em lugar dos fuzilamentos e da câmara de gás nazista, os israelenses procuram matar de fome e de sede, de doenças devidas a subnutrição e a água contaminada, ou pela simples retenção da entrada de remédios na região, os palestinos que ali vivem num grande gueto, cercados por terra e pelo mar.

O ocorrido nesta semana é somente mais um episódio dessa macabra maquinação sionista, que inova as técnicas de extermínio de um povo ao ponto de fazer sorrir de orgulho qualquer nazista de plantão.

Fica aqui também a reverência aos que, numa ação de grande mérito, puderam expor ao mundo a prática genocida dos israelenses, muitos pagando com a própria vida a tentativa de levar auxílio ao povo palestino.

Más há um outro aspecto que chama a atenção, ainda que seja, para muitos, algo óbvio.

Insisti já aqui no fato de que a reação mundial a determinadas ações de países e a determinados acontecimentos é, no geral, mais tímida ou mais intempestiva, dependendo da posição dos EUA na situação.

Para ser mais claro, imaginemos duas possibilidades: o caso de Israel e o recente (e contínuo) vazamento de petróleo nos EUA. Pensem se, em lugar do exército israelense, a ação ocorrida fosse obra do governo iraniano, ou cubano, ou venezuelano? Isso seria condenável da mesma forma aqui nesse espaço e, sem dúvida, nas mesmas condições, seria alvo de condenação e dura crítica pelo PCB, cuja nota política sobre o caso foi publicada mais abaixo. Não tenho dúvida disso.

No segundo caso, imaginem se o que deve ser o maior desastre ecológico já registrado ocorresse em plataformas de petróleo venezuelanas etc…

Num ou noutro caso, teríamos uma comoção mundial e discursos emocionados dos defensores perpétuos da “democracia” e da civilização judaico-cristã, que proporiam, sem dúvida, a imediata ocupação do país responsável pelos dois absurdos. Lembrem-se que pela morte de um prisioneiro em Cuba, que fazia greve de fome, os discursos das principais lideranças do imperialismo pelo mundo afora giravam em torno da necessidade da derubada do governo cubano, em nome dos direitos humanos.

Alguém que faz greve de fome deve se preparar para essa possibilidade: a de morrer por causa da desnutrição. Outro ponto a ser considerado é que nem sempre uma greve de fome deve ser tratada como algo nobre (e, no caso específico, não era) e que deva ser defendida, como o fizeram milhares de pessoas ingênuas, assinando listas na internet em defesa da intervenção imeprialista em Cuba. Lembrei, na ocasião, que o líder do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, que cumpre prisão perpétua no Peru (portanto, é também um preso político), fazia uma greve de fome por um motivo muito menos ambicioso do que o de derrubar o governo de um país: ele queria apenas casar-se oficialmente. Embora seja justa sua reivindicação, não me chegou nenhuma dessas listas em apoio ao preso, nem mesmo vi nenhum governante de qualquer país se manifestar pelo direito do líder maoísta peruano, nem mesmo propor a derrubada do governo  por isso…

Pois é… Assim como causas justas não garantem a vitória em uma batalha qualquer,  a reação dos países às ações dos demais não se pauta pela sua grandeza moral, ou por ser justa, mas pelos mesmos mesquinhos interesses de sempre.

As aves de rapina do imperialismo sabem tirar proveito e manipular informações de forma a criar determinadas posturas na população mundial. No caso do petróleo e da ação de Israel, tudo parece apenas uma pequena falha técnica… que pode se resolver rapidamente.

Já o Irã, Cuba, Venezuela……..

2 comentários sobre “O óleo, os filhos de Israel e o resto…

  1. Prof. Cesar, quisera este protesto pudesse tranformar-se em remédio contra o estado de cegueira que nos colocaram. Lembro-me dos tempos da ditadura militar, em que falar mal daqueles que queriam cinicamente “salvar a pátria” do terror comunista era motivo de repúdio de toda a sociedade. E cegaram-nos a todos. Ninguém enxergava a agressão, a barbárie, a violencia explicita e silenciosa, que infringiam àqueles que sinceramente se importavam com a pátria e o povo. Eles agem eficientemente…infelizmente.
    Abçs
    Antonio.

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